Presidente Jair Bolsonaro afirma que irá entregar projeto ainda nesta semana; no exterior, dados da China injetam bom humor no mercado
O dólar se desvaloriza contra o real nesta terça-feira, 1, após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que irá entregar ao Congresso o projeto da reforma administrativa ainda nesta semana e com os dados da China aumentando otimismo sobre a recuperação econômica mundial. Às 11h40, o dólar comercial caía 1,7% e era vendido por 5,388 reais.
O anúncio de Bolsonaro ocorreu ainda pela manhã, junto com a apresentação do auxílio emergencial, que será de 300 reais e se manterá até o fim do ano, como já esperado.O projeto deve prever o fim da estabilidade de servidores e a possibilidade de redução de salários, mas só irá valer para os próximos funcionários públicos. A definição sobre o valor do auxílio vinha sendo uma das principais divergências entre Bolsonaro e sua equipe econômica, que queria que fosse 250 reais, mas cedeu às vontades do presidente.
O mercado local também repercute o PIB brasileiro do segundo trimestre, que teve queda trimestral de 9,7% e anual de 11,4%. O destaque negativo ficou com o setor de comércio, com contração de 13% e de transporte, armazenagem e correio, com baixa de 19,3%. Embora evidenciem os estragos causados pelo período de quarentenas mais rígidas na economia, os números ficaram dentro do esperado.
Embora o PIB não tenha causado uma grande surpresa negativa, a questão fiscal segue de pano de fundo, impedindo a euforia no mercado interno. “O mercado está com um pé atrás”, afirma Cris Quartaroli, economista da Ourinvest. Ela também fez ressalvas sobre a Lei Diretrizes Orçamentárias enviada, ontem, ao Congresso. “Ninguém consegue entender de onde vai sair o dinheiro.O risco de ultrapassar o teto de gastos continua no radar”, afirma.
No exterior, o dólar se desvaloriza contra as principais moedas emergentes, como o peso mexicano, a lira turca e o rublo russo, após o índice de gerente de compras (PMI) industrial Caixin da China referente ao mês de agosto ficar em 53,1 pontos. Acima dos 50 pontos que delimitam a expansão da contração da atividade, o dado ficou melhor do que os 52,6 pontos esperados e bateu a maior marca em quase 10 anos.
Na Europa, os PMIs também saíram acima dos 50 pontos, confirmando a expectativa de recuperação da economia do Velho Continente. Na Alemanha, o PMI industrial ficou em 52,2 pontos e no Reino Unido, em 55,2 pontos.