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iFood ressarce consumidores que caíram em golpe de aplicativo de comida

Entre março e julho, Procon de SP registrou 125 denúncias que provocaram R$ 600 mil de prejuízo a consumidores

Golpe: se passando por atendente do restaurante, uma pessoa liga para o cliente e o informa de uma suposta taxa de entrega extra e, em seguida, pede os dados do cartão (Getty Images/Getty Images)

O iFood tem atuado para auxiliar e ressarcir os clientes que caíram no golpe dos entregadores de aplicativos de comida, que já provocou, em São Paulo, um prejuízo de 600 mil reais aos consumidores desde o início da pandemia. De acordo com dados do Procon-SP, de março a julho, foram registradas 125 denúncias contra motoboys que fazem entregas tanto pelo iFood quanto pela Rappi que, na hora de cobrar, digitam um valor superior ao da compra em uma maquininha com visor danificado.

Há ainda outra modalidade do golpe. Se passando por atendente do restaurante, uma pessoa liga para o cliente e o informa de uma suposta taxa de entrega extra e, em seguida, pede os dados do cartão. O consumidor só percebe depois que a transação já foi efetivada, e os valores debitados.

Os consumidores não devem aceitar maquininhas danificadas e precisam ficar atentos ao valor digitado no momento da cobrança. Além disso, o Procon alerta que as pessoas não passem os seus dados bancários por telefone ao restaurante ou ao aplicativo.

“É importante ressaltar que essa prática fraudulenta afeta tanto os consumidores quanto o iFood. Os consumidores afetados pela fraude devem registrar boletim de ocorrência e entrar em contato com o iFood pelos canais oficiais de atendimento ao cliente via aplicativo, enviando o BO e extrato bancário para que a empresa possa retornar o mais breve possível”, diz a companhia, em nota.

Ao receber relatos de fraudes e confirmar qualquer conduta irregular, a empresa desativa imediatamente os cadastros e reforça que está à disposição das autoridades. Os pagamentos offline (dinheiro e maquininha de cartão) do iFood foram desativados para restaurantes com Entrega iFood em algumas cidades de sua base. A medida tem como objetivo concentrar os pagamentos no app para proteger a segurança de clientes e entregadores evitando o contato na hora de pagar e auxiliar a cidade a conter a disseminação do covid-19.

O iFood reforça ainda que ao optar pelo pagamento online em nenhuma hipótese é exigido pagamento adicional presencial, no momento da entrega do pedido. A orientação ao consumidor é de que, ao ser questionado pelo entregador, se recuse a realizar qualquer tipo de pagamento e acione a empresa através do chat para reportar atividade suspeita. Para conscientizar o consumidor, o iFood envia orientações por meio de notificações pelo app.

Responsabilidade das empresas

Em abril, quando teve conhecimento das denúncias, o Procon-SP notificou os apps de entrega iFood e Rappi questionando a situação e buscando uma solução para os consumidores que foram vítimas. Apesar de as empresas alegarem que os entregadores são profissionais independentes sem vínculo jurídico-trabalhista, o Código de Defesa do Consumidor estabelece que o fornecedor tem responsabilidade solidária pelos atos de seus representantes autônomos.

Na ocasião, o secretário de defesa do consumidor, Fernando Capez, encaminhou ofício ao Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania – DPPC solicitando instauração de inquérito policial contra as empresas para averiguação de suas responsabilidades penais com relação a eventuais crimes praticados por alguns de seus entregadores.

Em nota, o iFood disse que já prestou esclarecimentos para o Procon-SP no passado em relação aos golpes das maquininhas e não recebeu oficialmente nenhuma notificação resposta do órgão e segue à disposição. Também já prestou os esclarecimentos para o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania – DPPC em relação a investigação em andamento.

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