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Dólar sobe acima de R$ 5,10 com temores sobre 2ª onda de contaminação

Após reabrirem economia, estados americanos e em países da Ásia registram crescimento do número de casos de covid-19

Dólar: moeda americana volta a subir com cenário externo negativo (Robert Alexander/Reuters)

O dólar inicia a semana em alta frente ao real, refletindo a maior aversão a risco no mundo, após estados americanos, como Texas e Florida, apresentarem recordes de casos de coronavírus no fim de semana. O aumento do número de infectados ocorre em meio aos processos de reabertura nos Estados Unidos, intensificando os temores sobre uma segunda onda de contaminação. Às 9h30, o dólar comercial subia 2% e era vendido a 5,145 reais, enquanto o dólar turismo, com menor liquidez, avançava 3,6%, cotado a 5,43 reais.

Apesar do ritmo de contaminação nos Estados Unidos ter voltado a crescer, autoridades econômicas do país descartam novos isolamentos sociais mais rígidos. Depois de o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, ter afastado a possibilidade de mais um lockdown, foi a vez do diretor do Conselho Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, dizer que os EUA seguem reabrindo sua economia.

Mas além dos EUA, países asiáticos também voltam a registrar novos casos, após terem atingido um grau ainda maior de controle da doença. Esses foram os casos da China e da Coreia do Sul, que vêm enfrentando o aumento do contágio desde que experimentaram uma flexibilização das quarentenas. Na Coreia, bairros badalados se tornaram os principais focos da doença, enquanto na China, o maior mercado de alimentos de Pequim precisou ser fechado.

Nesta segunda, os investidores globais também repercutem os dados da produção industrial chinesa de maio, que vieram abaixo das projeções. Com o país em plena recuperação, esperava-se que houvesse um crescimento de 5% na comparação anual, mas a expansão da produção industrial da China ficou em 4,4%, frustrando as expectativas do mercado.

Nas últimas semanas, o mercado estava bastante otimista com os dados econômicos, que vinham surpreendendo positivamente os investidores. O pico da euforia se deu no fim da primeira semana de junho, quando o payroll dos Estados Unidos mostrou expansão do mercado de trabalho, enquanto todo mundo esperava um forte crescimento do desemprego. Mas, na semana passada, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tratou de mitigar o otimismo, alertando que a recuperação econômica pode não se dar de forma tão acelerada quanto se previa.

O medo de uma segunda onda de coronavírus também teve forte impacto no mercado financeiro, na quinta-feira passada, quando não houve pregão de dólar e ações no Brasil, devido ao feriado de Corpus Chirst. Após passar por alguma correção na sexta-feira passada, quando o dólar voltou a marca dos 5 reais, o temor de novas contaminações pega o mercado brasileiro em cheio neste pregão.

No Brasil, também está no radar dos investidores a notícia sobre a saída do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, tido como um dos fiadores do ajuste fiscal. Mas o fato de ter afirmado que o compromisso de ajustar as contas públicas segue ativo na equipe econômica traz um suspiro de alívio para o mercado.

 

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