Possível vacina e reabertura das principais economias aumentam apetite a risco
O dólar recua frente ao real, nesta terça-feira, 26, refletindo o maior apetite a risco por parte dos investidores globais, que repercutem o afrouxamento das quarentenas nas principais economias do mundo e a possibilidade de uma nova potencial vacina se mostrar eficaz contra o coronavírus. No Brasil, a moeda americana caminha para o quinto dia consecutivo de desvalorização. Às 12h20, o dólar comercial caía 1,6% e era vendido por 5,372 reais, enquanto o dólar turismo, com menor liquidez, recuava 1,4%, cotado a 5,59 reais.
Desta vez, o mercado deposita suas expectativas em cima da possível vacina desenvolvida pela Novavax, do estado americano de Maryland. A empresa informou, na véspera, que começou a fase de testes em seres humanos. A corrida pela vacina tem sido uma das principais fontes de otimismo junto com a reabertura das economias.
Nos Estados Unidos, onde foram registrados o maior número de infectados pela doença, todos os estados já deram início ao processo de redução do isolamento social. Em Nova York, epicentro do coronavírus no país, a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês) retoma, hoje, o pregão presencial.
“O investidor está menos receoso, então ele deixa o porto seguro, que é o dólar, e vai para ativos de risco”, afirmou Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.
Com as principais economias do mundo deixando para trás as medidas mais rígidas de quarentena, Ruik acredita que o dólar possa perder ainda mais valor frente ao real. “O dólar ainda está alto. Só está nesses níveis por causa da pandemia”, afirmou.
No exterior, a moeda americana se desvaloriza contra as principais moedas emergentes, como o peso mexicano, o rublo russo, a lira turca e a rúpia indiana. O índice Dxy, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de divisas fortes, como o euro, a libra esterlina e o iene, cai 0,7%.