Moeda americana caminha para novo recorde de fechamento; mercado acredita em nova queda da Selic
O dólar abriu o pregão desta quinta-feira, 7, em forte alta contra o real, após o Comitê de Política Monetária ter optado por cortar a taxa básica de juros Selic em 75 pontos base, para 3% ao ano, renovando a mínima histórica. O corte foi além da expectativa média de mercado, que previa uma redução de 50 pontos base. Às 10h50, o dólar comercial subia 2,4% e era vendido por 5,839 reais. O dólar turismo avançava 2,4%, cotado a 6,07 reais.
“O corte de juros acaba desvalorizando a moeda local. E mais do que isso, eles deixaram em aberto um novo corte de 75 pontos base para a próxima reunião”, afirmou Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti. Caso isso ocorra, a mínima histórica da taxa de juros seria renovada para 2,25% ao ano. “Se cortar, o Brasil passa a ter juros reais [que desconta os efeitos inflacionários] negativos, aí o investidor sai do país”, disse.
Embora possa acelerar a atividade econômica, o corte de juros tende a diminuir a atratividade de títulos brasileiros frente aos de outros países que pagam retornos maiores, como o México e a Turquia, com taxas de juros de 6% e 8,75%, respectivamente.
Na atual taxa de juros, Ruik não vê mais chance de entrada de dólares por meio de operações de carry trade, que visa tomar dinheiro em economias com taxas de juros menores e aplicar em países que pagam retornos maiores. “O carry trade nem existe mais. Mas a atual taxa assusta os [investidores estrangeiros] que já estão aqui, e vão embora”, afirmou.
Apesar do câmbio desfavorável para o real, o dia é positivo para as moedas emergentes, com a maioria delas ganhando força contra o dólar, como o peso mexicano, rublo russo, lira tura e a rúpia indiana. O bom humor internacional se deve aos dados de importação e exportação da China, que ficaram acima do previsto.