Em mais um sinal de recuperação após a pandemia, exportações do país asiático superam expectativas; empresas com receita em dólar disparam
A bolsa brasileira sobe, nesta quinta-feira, 7, em linha com o cenário internacional positivo, após a China ter apresentado dados positivos sobre seu comércio exterior. Por aqui, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) ajuda a impulsionar a alta das ações. Ontem, o Copom optou por um corte mais agressivo do que o esperado, reduzindo a taxa básica de juros em 75 pontos base, para 3% ao ano. A expectativa média era de um corte de 50 pontos base. Às 10h25, o Ibovespa, principal índice de ações, avançava 0,81% e marcava 79.706,85 pontos.
O corte de juros, embora enfraqueça a moeda local, tende a fortalecer a bolsa de valores, já que o custo de capital fica mais barato. Além disso, Alvaro Bandeira, economista-chefe, do banco digital modalmais, destaca que a medida também pode tornar a bolsa brasileira mais atrativa para o investidor estrangeiro. “A decisão do Copom está fazendo o dólar esticar bem, isso torna as ações brasileiras mais atrativas”, disse.
Lá fora, o otimismo se deve às exportações chinesas, que cresceram 3,5%, em abril, ante uma expectativa de retração de 15,7%.
“Eles estão começando a colocar a cabeça para fora da água. Isso é importante para o mundo inteiro, principalmente para os emergentes, que exportam muita matéria prima para a China”, afirmou Bandeira.
Por outro lado, as importações chinesas vieram abaixo das projeções, recuando 14,2% na comparação anual. “Os dados são duvidosos. A exportação subiu muito e a importação diminuiu, então de onde veio a matéria prima? Mas de certa forma ajuda o mercado”, comentou Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.
Laatus também vê com otimismo os dados semanais de pedidos de seguro de desemprego, divulgado, hoje, nos Estados Unidos. Embora os 3,169 milhões de pedidos tenham ficado pouco acima dos 3 milhões projetados, o mercado voltou a reagir de forma negativa, já que também vieram abaixo dos números registrados na quinta-feira passada, quando foram reportados 3,846 milhões de pedidos. “Está diminuindo semana a semana. Uma hora essa curva vira”, disse.
Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 sobe 1,34%, enquanto, na Europa, o Stoxx 600 avança 0,99%.
Na bolsa brasileira, as ações das companhias de papel e celulose Suzano e Klabin lideravam as altas do Ibovespa, subindo 9,1% e 7,8%, respectivamente. A alta do dólar, que atinge máximas históricas frente ao real no pregão de hoje, tende a favorecer as empresas do setor, que tem grande parte da receita em dólar devido às exportações.
Entre os papéis com maior peso no índice, os da Vale, que também tem parte significativa do faturamento em dólar, subiam 5%. Com participação de 10% no Ibovespa (a maior entre todos os componentes), a mineradora contribuía para o tom positivo na bolsa.