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Confusão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara

Bate boca na CCJ suspende sessão nesta terça-feira (15/10) à tarde

Presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara (CCJ), Felipe Francischini (PSL-PR) em sessão
(foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados)

O presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara (CCJ), Felipe Francischini (PSL-PR), suspendeu a sessão extraordinária após um bate boca com a vice-líder do PT, Maria do Rosário (RS) em que ele a chamou de “chata”. A expectativa é que o assunto seja retomado após a ordem do dia no plenário da casa. A reunião da comissão debatia a proposta de emenda á Constituição (Pec) 410 de 2018, que visa autorizar a prisão após julgamento em segunda instância.

A confusão começou quando parlamentares petistas insistiram que Francischini não ignorasse um requerimento com assinaturas à mesa. Ele disse que o número de assinaturas era insuficiente, mas ignorou quando Maria do Rosário, a vice-líder da oposição na Câmara, Talíria Petrone (Psol-RJ), e o líder do PSol na Casa, Ivan Valente, pediram a palavra. Após uma série de protestos, o presidente deu prioridade à fala de Ivan Valente. Maria do Rosário sentiu-se ofendida e o chamou de machista.
Cedendo aos apelos dos parlamentares de oposição, Francischini disse que, aos gritos, não conseguiria entender o que era dito. “Parece que estão matando um bezerro”, disse. Em seguida, afirmou que a vice-líder do PT, Erika Kokay, ja tinha sido respondida. “Não cabe mais, porque já foi sua questão de ordem e eu já respondi. Deputado Ivan Valente usará o tempo, respeitem o deputado Ivan Valente que utilizará o tempo de líder do PSol para falar”, disse.

Ivan Valente pediu questão de ordem e, na sequência, Alencar Santana (PT-SP) e Maria do Rosário também solicitaram questões de ordem. O presidente atendeu a fala de Alencar. “O Alencar sim, porque é machismo”, protestou a vice-líder. Claramente desconcertado, Francischini disparou. “Você é chata demais, deputada, por favor”, exclamou. Nesse momento, o presidente da sessão perdeu o controle e começou uma gritaria.
O presidente da comissão ainda insistiu. “Tudo é machismo? Eu respeito. Porque toda hora é acusação que eu sou machista, que eu sou homofóbico, e não sei o quê. Vocês só sabem gritar. Ganhem no argumento. Ganhem no regimento”, insistiu. Ele ainda tentou continuar com a sessão, mas em seguida, suspendeu. Maria do Rosário, finalmente com a palavra, disparou contra o pesselista.
“Vossa excelência não sabe o que faz nessa comissão. Vossa excelência não está a altura”, afirmou. Francischini tentou interrompê-la, mas ela insistiu que tinha um minuto para responder à ofensa e ele assentiu. “Senhor presidente, vossa excelência aprendeu de forma tão ruim com o canalha que está na presidência da república. Vossa excelência aprendeu com aqueles que batem em professores, com aqueles que jogam cachorros em educadores. Vossa excelência aprendeu com aqueles que torturam. Vossa excelência aprendeu com quem, a ser projeto de ditador?”, questionou Maria do Rosário.
“Vossa excelência nos chama na sua sala, e é cheio de mimimi. Pede desculpa. Tem sorriso de coitadinho. Mas quando aparece aqui, desmerece o nosso trabalho. Senhor presidente, eu lamento à sua impostura. Eu não sei se vou levar ao Conselho de Ética, mas eu vou pensar. O senhor acha que pode me julgar. Mas eu sou uma mulher digna e coloquei o seu presidente no banco dos réus”, avisou. Nesse momento, o presidete voltou a cortar a palavra da deputada, mas disse que concederia mais um minuto fora do regimento. Ela continuou. “Vossa excelência pensa que fala com quem? Fale com os deputados e deputadas dessa Casa com o respeito que o cargo lhe dá.”
O presidente voltou a cortar o microfone da deputada, dizer que a sessão estava suspensa e a sala se esvaziou.
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