O governo Boris Johnson anunciou, nesta quarta-feira (11), uma virada importante na política de imigração do Reino Unido. A partir do ano que vem, estudantes internacionais vão poder morar e trabalhar no país por até dois anos após a conclusão do curso. A medida vale para os extra-comunitários, como os brasileiros, por exemplo, que estiverem matriculados em cursos de graduação e pós.
Boris Johnson está revertendo uma decisão política controversa de 2012, na época em que Theresa May era ministra do Interior. Ela pregava a criação de um ambiente hostil para imigrantes, prometendo reduzir em dezenas de milhares por ano a entrada de estrangeiros no país. A ex-primeira-ministra não só fracassou na promessa como ainda colocou em risco a indústria da educação, uma das principais do Reino Unido.
Boris Johnson, por sua vez, costuma ter uma abordagem muito mais aberta para a entrada de estrangeiros. Desde que era prefeito, em Londres, o conservador discursa em favor dos talentos internacionais que se mudam para cá e contribuem para a diversidade da Grã Bretanha.
Johnson promete atrair os melhores e mais brilhantes pesquisadores do mundo para as universidades britânicas. A medida de hoje, portanto, é um passo neste sentido, uma vez que, ao final de anos e anos de estudo, é comum que os recém-formados tenham interesse em ficar por aqui não apenas pelas oportunidades vantajosas de trabalho e remuneração, mas até por conta de uma inevitável integração à cultura local.
Hoje também está claro que as medidas tomadas nos últimos governos foram ineficazes para reduzir a imigração no Reino Unido, já que a maior parte dos estrangeiros que mudam pra cá vêm da Europa e, até que o Brexit seja concretizado, o governo de Londres não pode fazer nada para evitar essa tendência.