A Justiça de Oklahoma, nos Estados Unidos, considerou a Johnson & Johnson culpada por contribuir para a crise de opioides. A companhia terá que pagar 572 milhões de dólares para compensar os danos causados por uma das piores epidemias da droga no país.
Na decisão, o juiz Thad Balkman entendeu que a empresa criou uma campanha publicitária perigosa e rejeitou as advertências da Administração de Comidas e Remédios e do próprio conselho sobre a estratégia agressiva de marketing.
O magistrado afirmou que a Johnson & Johnson fez falsas alegações sobre a segurança e efetividade dos medicamentos, e pagou organizações e pesquisas que promoveram os narcóticos. Balkman completou que a empresa teve ajuda de outras para aumentar a prescrição dos medicamentos alegando extrema necessidade e baixos riscos de abuso.
Os US$ 572 milhões determinados pela Justiça serão usados para tratamento, prevenção a overdose e outros custos que o Estado de Oklahoma pode ter nos próximos anos.
A Johnson & Johnson nega que tenha contribuído para a crise e vai recorrer da decisão. De acordo com a defesa da companhia, os medicamentos foram vendidos com aprovação dos órgãos regulatórios federais e não há relações diretas da empresa com as mortes causadas pelos remédios.
A prescrição desses medicamentos deu um salto em 20 anos, causando a morte de pelo menos 400 mil pessoas nos Estados Unidos. Em 2012, estima-se que havia 250 milhões de receituários para o uso de opioides. Cerca de 18 milhões foram registrados em Oklahoma, um estado com menos de 4 milhões de habitantes.
A decisão desta segunda-feira (26) foi a primeira a responsabilizar uma empresa pela consequências da crise de opioides nos Estados Unidos.