19.5 C
Brasília
HomeBrasíliaRio tem queda nos crimes, mas sobem mortes por policiais

Rio tem queda nos crimes, mas sobem mortes por policiais

Evento com governador Wilson Witzel destacou queda no roubo de veículos (24%), latrocínios (34%) e homicídios dolosos (23%)

Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro (Ricardo Moraes/Reuters)

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, apresentou apenas dados positivos da segurança pública do Estado na tarde desta segunda-feira, 21, quando fez um balanço da área nos primeiros meses de governo.

Cercado por secretários de pastas diversas, ele citou somente um tipo de crime cuja incidência subiu no período: as mortes por intervenção de agentes policiais, que aumentaram 14% em comparação com o início do ano passado. No entanto, o governador deu a entender que os números são consequência do combate ao crime.

“Em qualquer lugar do mundo, quem está de fuzil é abatido”, disse. “Não se combate terrorismo com flores. Se combate com investigação, armas do mesmo calibre e um processo rigoroso. Se não se entregarem, serão mortos. O recado está dado: não enfrentem a polícia.”

De janeiro a junho deste ano, 881 pessoas morreram após intervenção policial no Rio, ante 769 no mesmo período de 2018, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP).

Os números positivos mencionados pelo governador e pelos secretários de Polícia Civil e Polícia Militar incluem a queda no roubo de cargas (21% em comparação com o início de 2018), roubo de veículos (24%) e latrocínios (34%).

Os homicídios dolosos também têm dados melhores do que os do ano anterior: a diminuição foi de 23%. Outros dados, porém, foram omitidos pela apresentação institucional e questionados pela imprensa, como o número de assaltos em ônibus, que subiu 14% no período.

A entrevista coletiva concedida pelo governador no Palácio Guanabara, sede do Executivo estadual. contou com cinco secretários ao lado de Witzel e outros na plateia.

O clima era de celebração: o governador enalteceu um a um os convidados, cujas áreas de atuação iam do Turismo à Ciência e Tecnologia. Segundo ele, a atual administração encontrou um Estado falido e está fazendo “muito com muito pouco”.

Surpresa nas eleições do ano passado, quando derrotou o ex-prefeito Eduardo Paes no segundo turno, Witzel tem tentado se projetar ainda mais politicamente. Já admitiu, em entrevista ao jornal O Globo, que cogita se candidatar à Presidência em 2022. “Se Bolsonaro não for candidato, estou disposto a dar continuidade a um programa de crescimento para o nosso País”, disse.

Segurança ostensiva

Além dos dados sobre o início do governo, a gestão também citou medidas que serão adotadas no futuro próximo. Entre elas está a criação de mais nove unidades de patrulhamento ostensivo nos bairros, conhecidas pela alcunha de Segurança Presente.

As novas localidades são Botafogo e Laranjeiras, na zona sul; Vila Isabel e Grajaú (com equipe conjunta), na zona norte; Barra da Tijuca e Bangu, na zona oeste; e Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, sendo esta última com três unidades distintas.

Veja Também