Estudo altera a química dos OLEDs para tornar o material menos sujeito ao brilho da luz externa, melhorando a sua eficiência energética
À medida que as telas dos smartphones se tornam maiores, as baterias dos dispositivos parecem manter o mesmo tamanho. Pesquisadores do Imperial College, de Londres, na Inglaterra, buscam opções para que os aparelhos possam ser usados por mais tempo — e, aparentemente, a solução está nas telas. O grupo desenvolveu um novo tipo de OLED que oferece o dobro da eficiência energética dos atuais.
O uso de OLED oferece muitas vantagens em relação ao LCD quando o assunto é o uso de energia — como a eliminação da luz de fundo faminta por eletricidade, por exemplo. Há também os benefícios de economia de bateria com o uso do modo escuro em telas OLED, que desliga os pixels que não estão em uso. Isso não significa, porém, que a tecnologia não desperdiça uma quantidade significativa de energia.
O brilho das fontes de luz externas é um grande problema quando se usa o telefone em áreas a céu aberto. Por isso, as fabricantes adicionam filtros para reduzir o reflexo na tela e permitir que os dispositivos sejam usados nesses locais. Embora os filtros sejam cruciais para melhorar a legibilidade, eles limitam a quantidade de luz que passa pelo display. Isso significa que até metade da luz emitida pela tela — que se alimenta impiedosamente da bateria — pode nem atingir os olhos do usuário.
Existe uma luz!
De acordo com pesquisadores dos Departamentos de Física e Química do Imperial College, é possível controlar a química dos materiais OLED usados nos monitores para dispensar a necessidade de um filtro antirreflexo e, assim, estender a duração da bateria do smartphone.
A equipe — composta por Jess Wade, Li Wan e os professores Matthew Fuchter e Alasdair Campbell — descobriu que é possível produzir monitores OLED que emitem um tipo especial de luz polarizada, que não estaria sujeita a brilho de fontes externas de iluminação. Isso, portanto, aumentaria a duração da bateria e teria uma pegada de carbono menor.
“Nosso estudo sugere, pela primeira vez, que, ao mudar a receita do OLED, é possível obter opções polarizadas eficientes. As descobertas podem tornar telas de todos os tipos mais brilhantes, com melhor contraste e vida mais longa”, explica Wade. Além dos monitores de smartphones, a tecnologia pode ter outras aplicações para TVs e smartwatches, bem como armazenamento, transmissão e criptografia de informações.