Às 10:09, o dólar recuava 0,21%, a 3,8912 reais na venda
São Paulo — O dólar caía levemente ante o real nesta segunda-feira, à espera da reunião do Federal Reserve nesta semana e monitorando a cena política local.
Às 10:09, o dólar recuava 0,21%, a 3,8912 reais na venda.
Na sexta-feira, o dólar fechou com alta de 1,16%, a 3,8992 reais na venda, maior avanço ante o real em quase um mês. Na semana passada, acumulou alta de 0,56%.
Neste pregão, o dólar futuro perdia cerca de 0,15%.
Desde sexta-feira, investidores estão montando posições em preparação para a decisão de política monetária do Fed na quarta-feira, sob expectativa de que o banco central norte-americano dê alguma sinalização sobre a proximidade de um corte de juros.
“O mercado todo está olhando para isso com muito cuidado e expectativa… Com certeza (o Fed) dará uma sinalização de como serão as próximas reuniões”, disse Jefferson Laatus, sócio-fundador do Grupo Laatus.
Também na quarta-feira, o Banco Central anuncia sua decisão de política monetária, com expectativa de que o Copom também ofereça sinalização sobre eventual corte de juros.
Na sexta-feira, o mercado embutia 22% de probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual da Selic na próxima quarta-feira.. No fim de maio, essa chance estava na casa de 8%.
Nesta segunda-feira, pesquisa Focus do BC mostrou que os economistas veem três cortes seguidos de 0,25 ponto percentual na Selic, em setembro, outubro e dezembro, terminando o ano a 5,75%.
A expectativa pelas decisões de política monetária mantém o mercado em compasso de espera até quarta-feira, o que deve refletir em pregões mornos nesta segunda e terça-feiras, avaliou Laatus.
A reforma da Previdência segue no radar de agentes financeiros como o fato mais importante da pauta econômica, mas deve ficar como coadjuvante nesta semana mais curta em razão do feriado de Corpus Christi.
No entanto, pontua Laatus, qualquer declaração ou evento ligado à tramitação da proposta tem potencial de refletir no câmbio.
No sábado, o presidente Jair Bolsonaro evitou tomar partido em relação ao entrevero envolvendo o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o relatório da reforma da Previdência apresentado nesta semana no Congresso Nacional.
“O episódio marca uma fratura na relação mais próxima do Congresso com a equipe econômica, que contornava os problemas de articulação política do governo”, avaliaram analistas da XP Investimentos, em nota.
Laatus avalia que a tensão entre Guedes e Maia já foi superada, acrescentando que também é página virada, ao menos por ora, a saída conturbada de Joaquim Levy da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante o fim de semana.
“A saída do Levy não foi vista como ruim, pelo menos não por ora. O mercado está preocupado com quem vai assumir e com o direcionamento que vai ser dado”, explicou Laatus.
O BC realiza nesta sessão leilão de até 5,05 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho, no total de 10,089 bilhões de dólares.