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Theresa May deixa Reino Unido mais dividido do que encontrou

Primeira-ministra confirma que fica no cargo só até 7 de junho; Boris Johnson é favorito para a sucessão

Theresa May: a primeira-ministra fracassou no grande projeto de seu governo (Francois Lenoir/Reuters)

O Reino Unido amanheceu envolto em uma nova leva de incertezas políticas. A primeira-ministra Theresa May anunciou sua renúncia em discurso na manhã desta sexta-feira. A líder do Partido Conservador declarou que deixará o cargo em 7 de junho, sucumbindo à pressão sofrida por opositores e aliados em meio ao impasse sobre o Brexit.

O favorito para assumir o posto, segundo a imprensa britânica, é o ex-prefeito de Londres e ex-secretário de relações exteriores Boris Johnson. Mas há pelo menos 12 postulantes dentro do partido Conservador. Johnson é um defensor ferrenho do Brexit, o que pode, por um lado, garantir a saída prevista para outrubro, mas pode também aumentar a leva de incerteza econômica do país.

Em discurso em frente à sua residência oficial, May afirmou que servir como a segunda mulher a liderar o país, após Margaret Tatcher, foi “a honra da minha vida”. May enumerou o que diz ser suas principais conquistas como governante, entre elas a redução do déficit público e do desemprego. Mas reconheceu que a frustração por não ter podido levar o Brexit a cabo.

A saída foi decidida após seu partido definir que levaria adiante uma nova votação para tirá-la do cargo, como o fez no ano passado. Desta vez, porém, prevendo uma derrota, May preferiu sair por conta própria.

May foi duramente criticada nos últimos dias depois de ter anunciado, na terça, um novo projeto para o Brexit, que tentava alongar a união aduaneira com a Europa.

Sua renúncia acontece em meio às votações para o Parlamento europeu, que devem impor uma vexatória derrota aos Conservadores — as últimas pesquisas os colocavam em quinto lugar no pleito.

Apesar de ter buscado o consenso para uma saída aprovada antes de sua chegada, May deixa um país mais dividido do que encontrou, segundo a revista Economist. Seu sucessor, caso leve adiante uma saída sem acordo da União Europeia, deve impulsionar ainda mais a clivagem.

 

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