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8 novas marcas brasileiras de acessórios

Design autoral, materiais inusitados e técnicas manuais. Essa é a formula das marcas de acessórios que estão balançando o mercado com produtos nada óbvios.

VANDA JACINTHO

“Adoro a desculpa que vou fazer um curso para poder viajar”, diz, brincando, Vanda Jacintho. Foi exatamente assim, depois de cursos em Londres, que nasceu a sua marca de panô e acessórios. “Sempre quis trabalhar com resina, que dá mobilidade, e fui estudar isso.” De volta ao país, fez primeiro uma parceira com a extinta Virzi De Luca e, na sequência, iniciou as criações próprias. “Comecei num esquema independente.” Com o crescimento da demanda, precisou aumentar a produção, mas sem perder o viés exclusivo (hoje há fila de espera para algumas peças). E, à resina que serve de base para braceletes, colares e brincos, incorporou também a madeira e o acrílico em tons vibrantes e intensos. www.vandajacintho.com

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Colar da Vanda Jacintho.

ATELIER WATSON

No começo, o ateliê era um mix de arte e educação, um projeto vanguardista premiado, criado por Luiz Watson. Sessenta anos depois, a iniciativa ganha vida nova pelas filhas Renata e Paula. “A ideia é resgatar peças originais, como a bolsa Watson, e também criar outras”, diz Paula. A postura inovadora também continua. “Aproveitamos sobras e descartes, transformando-os em pequenos acessórios, como pulseiras e bolsas menores”, pontua Renata. “As pessoas estão cansadas de produtos massificados. Estão mais conscientes e é natural que busquem itens feitos a mão e únicos”, finaliza ela. www.atelierwatson.com.br

REGINA DABDAB

O avô de Regina Dabdab já era dono de uma loja de pedras brutas — a principal matéria-prima de suas peças –, no centro de São Paulo, mas foi só depois de um bom tempo que ela se rendeu a essa expertise. “Logo que me formei em moda, fiz um curso em Milão e me especializei em bolsas e sapatos”, conta. De volta ao Brasil, trabalhou para Arezzo e Cori, porém, quando se mudou para Paris, começou a brincar de montar bijoux e pedras “com cola quente mesmo, bem amadora”. O passa-tempo chamou a atenção de profissionais da área e o negócio decolou. Hoje, suas criações estão à venda em multimarcas ao redor do mundo e, desde março, também em seu novo ateliê, na Vila Madalena, em São Paulo. www.reginadabdab.com

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Bolsa Atelier Watson e bracelete Regina Dabdab.

WAI WAI

Quando o stylist Leo Neves fez a primeira bolsa de cipó com acrílico, em 2015, não previa seu sucesso – a peça virou obsessão de uma turma jet-setter. Em poucos meses, a Wai Wai ganhou o primeiro trunk show no e-commerce Moda Operandi e as prateleiras da 10 Corso Como, em Milão. Agora, ele se prepara para showrooms internacionais. “Começamos a trabalhar com madeira, latão e couro”, diz ele, que nessa coleção contou ainda com o trabalho artesanal de índios guaranis. “Outra novidade são as primeiras bijuterias”, diz sobre brincos e pulseiras de metal inspirados em máscaras africanas. www.waiwairio.com

PAOLA VILAS

“O consumo está mudando. Agora, precisa trazer experiências, ter conteúdo e conexão emocional”,
diz Paola Vilas, designer carioca, conhecida por bijoux que são quase esculturas. A arte sempre foi uma
paixão. Depois de cursos de moda e ourivesaria, Paola se encontrou. “Comecei a criar para mim mesma,
mas todo mundo me perguntava de onde eram as peças”, relembra. Começava, assim, seu trabalho,
em 2016. Prata é seu metal preferido “porque me dá mais possibilidades”. Mais do que o material,
porém, é o desenho que se destaca. “A forma é o que mais importa para mim”, explica ela, que, com duas
coleções e uma parceria com a Schutz, já está focada na expansão internacional. www.paolavilas.com

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Bolsa Wai Wai e bracelete Paola Vilas.

A FIGURINISTA

“Um dos nossos maiores problemas hoje é o lixo”, dispara Teka Brajovic, da A Figurinista. “A melhor maneira de combater isso é com qualidade e consumo consciente.” Vem daí o seu cuidado na escolha de matéria-prima e na produção. São itens de identidade forte e, algumas vezes, feitos com elementos reutilizados. Cada coleção nasce de uma extensa pesquisa – herança de sua formação em história e dos trabalhos com figurino. A partir daí, a criação acontece de forma espontânea, sempre mais preocupada com conceitos de design do que a adequação às tendências da vez. www.afgurinista.com.br

LUIZA DIAS 111

Quebrar paradigmas é o mote de Luiza Dias, autora de peças supercoloridas com formas geométricas nada óbvias, feitas de metal, madeira, resina e mais. “Gosto de criar pensando na composição de cada item e de como ele acrescenta ao look”, explica. Na atual coleção, inspirada na escola Bauhaus, ela combina uma pedra similar ao mármore com acrílico em anéis, pulseiras, colares e brincos. “A bijuteria sempre foi malvista, mas, com a crescente demanda por exclusividade e design autoral, a aceitação aumenta.”
www.luizadias111.com.br

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Da esquerda para direita, colares A Figurinista, Luiza Dias 111 e Áurea Sacilotto.

ÁUREA SACILOTTO

Áurea sempre gostou de joias, mas achava as ofertas do mercado tradicionais demais. Decidiu unir sua paixão por arte e joalheria para criar algo diferente. “Queria transformar esculturas em anéis, pulseiras e colares”, conta. “O luxo do meu trabalho está nas formas. Quando uso pedras, são sempre brutas e em função do seu desenho. E o metal nunca é apenas um suporte para a gema.” São peças marcantes e pensadas para o dia a dia. “Hoje ninguém tem tempo para ficar se arrumando. Um bom acessório é essencial para dar personalidade ao look”, diz ela, também responsável pelas bijoux da Uma. @aureasacilotto

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