Volume de água foi menor do que em 2014; choveu 2,6 mm nas represas. Sabesp diz que situação do Alto Tietê preocupa, mas descartou emergência.
O índice de chuva na primeira semana de agosto nos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo ficou abaixo do registrado no mesmo período em 2014, ano considerado o mais seco da história pela Sabesp. Desde o começo deste mês, o nível dos seis sistemas teve queda consecutivas. Nesta sexta-feira (7), o Sistema Cantareira caiu pela sexta vez seguida e todos os reservatórios registraram quedas em seus níveis.
No Cantareira, choveu 0,7 mm, 2,3% do esperado para o mês. No Alto Tietê, foram 0,3 mm de chuva (0,82% do esperado para o mês), e no Alto Cotia, 0,6 mm (1,62% do previsto para o mês). O Rio Claro foi o sistema que teve mais chuva na primeira semana de agosto: 0,8 mm. Mas, no mesmo período do ano passado, o reservatório já tinha recebido 47,4 mm.
O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, disse na terça-feira (4) que existe uma preocupação particular com o mês de agosto no Sistema Alto Tietê, mas garantiu não existir uma situação de emergência na Grande São Paulo. No fim de julho, a Sabesp pedir aos órgãos reguladores um aval para tirar mais água do Cantareira e aliviar o Alto Tietê.
“O fato que os reservatórios caiam é previsível. A dúvida é: fazendo simulações, ele fica vazio antes do final do ano? A resposta é não. As simulações não indicam isso então é por isso que eu posso afirmar que não se vislumbra rodízio em 2015”, disse Kelman durante a abertura do 26º Congresso Nacional de Saneamento e Ambiente, realizado em São Paulo.
O governo e a Sabesp prometem para setembro a entrega da maior obra contra a seca prevista para 2015: a interligação dos sistemas Rio Grande e Alto Tietê. Quando estiver concluída, haverá transferência de 4 mil litros de água por segundo ao Alto Tietê, responsável pelo abastecimento de 5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, principalmente na Zona Leste da capital paulista.
Mês seco do ano
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), órgão vinculado à Prefeitura, agosto é tradicionalmente o mês mais seco do ano. Há 13 dias não chove na capital paulista. O meteorologista do CGE Adilson Nazário afirmou que embora a previsão para agosto indique chuva dentro do esperado para a cidade, os registros até o momento apontam que dificilmente esse patamar será atingido até o fim do mês.
O tempo seco registrado nos últimos dias em São Paulo é consequência de um bloqueio formado por um sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre grande parte do país. Por isso, a massa de ar seco continua atuando sobre o estado paulista, o que mantém o tempo estável com temperaturas baixas nas madrugadas e em elevação no decorrer do dia.