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10 números que colocam Porto Rico à beira de crise humanitária

Furacão Maria levou ruína e destruição ao arquipélago, onde agora falta de tudo: energia, alimentos, água potável, medicamentos e artigos de higiene pessoal

São Paulo – Na noite de ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tuitou sobre Porto Rico, território americano que foi devastado pela passagem do furacão Maria.

Sua afirmação de que o arquipélago está “em sérios problemas” soa, no mínimo, reducionista diante da cruel realidade que se impõe aos porto-riquenhos. Porto Rico está à beira de uma crise humanitária.

Falta de tudo no arquipélago: alimentos, água potável, medicamentos e artigos de higiene pessoal. Assistência para a recuperação chega pouco a pouco, devido às dificuldades logísticas: só se acessar a região de barco ou avião.

O furacão Maria, que chegou duas semanas após Irma, na última quarta-feira, destruiu quase todas os sistemas de comunicação e de transmissão de energia, mergulhando praticamente todo o país na escuridão.

 A falta de energia elétrica lança o sistema de saúde no caos. Lotados, os hospitais operam com ajuda de geradores, dependentes de combustível que a qualquer momento pode acabar.

Um pedido desesperado de ajuda foi rabiscado em uma rua devastada pela tempestade em Porto Rico: “SOS Precisamos de água / comida !!”

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O apelo, escrito em espanhol em Punta Santiago, foi registrado durante um voo de helicóptero realizado pelo Centro de Pesquisa de Primatas do Caribe.

Veja abaixo 10 números da devastação provocada pela passagem de Maria e que colocam o arquipélago à beira de uma crise humanitária.

16

Número de mortos segundo dados oficiais, até agora. A taxa deve aumentar a medida que os esforços de resgate se intensificam.

20 a 30 anos

Os danos à infraestrutura, residências, escolas e serviços públicos foram tão violentos que podem representar um retrocesso de duas a três décadas no tempo em termos de desenvolvimento da região, segundo afirmou um representante de Porto Rico no Congresso dos EUA.

US$ 74 bilhões

Porto Rico já vinha sofrendo uma crise econômica épica. Em maio deste ano, registrou a maior falência municipal na história dos EUA. O tamanho da dívida antes da tempestade somava US$ 74 bilhões, sem incluir um adicional de US$ 50 bilhões em passivos de fundos de pensão de funcionários públicos.

(Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

1360

Quantidade de torres de celular do país que foram derrubadas de um total de 1600. A falta de serviços de comunicação prejudica os esforços de socorro e alimenta a sensação de abandono e insegurança no arquipélago.

80%

Porcentagem das linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica de Porto Rico que foram derrubadas. Os geradores estão fornecendo energia aos poucos afortunados que os possuem e aos principais hospitais. A escassez de combustível, contudo, é iminente.

Pode demorar meses para restabelecer a energia. Segundo a Autoridade de Energia Elétrica de Porto Rico, foram necessários quatro meses para restaurar o fornecimento para toda a ilha após o furacão Hugo em 1989 e seis meses após o furacão Georges em 1998.

Imagens de satélite feitas à noite mostram Porto Rico antes e depois do furacão Maria: em 24 de julho de 2014 (topo) e em 24 de setembro de 2017. (NASA / NOAA/Divulgação)

3,4 milhões

Número de residentes afetados pela passagem de Maria e que enfrentam agora falta de recursos básicos.

US$ 1 bilhão

É a estimativa dos danos provocados pela passagem do furacão Irma em Porto Rico, duas semanas antes da chegada de Maria.

US$ 780 milhões

Prejuízo estimado para a perda de 80% da safra agrícola da ilha. Pode levar pelo menos um ano para que o setor se recupere.

(Alvin Baez/Reuters)

85%

Porto Rico atualmente importa cerca de 85% dos alimentos que consome e exporta apenas 15% do que produz. Com as plantações devastadas, o arquipélago vai precisar aumentar drasticamente suas importações.

1932

Maria foi o furacão mais violento a atingir a ilha em quase noventa anos.

Uma plantação de banana devastada pelo furacão Maria em Guayama, Porto Rico. (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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