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Tragédia em SC: cinco vítimas levaram aos menos 5 golpes de facão

Ataque aconteceu na manhã desta terça-feira (4/5), em Saudades, cidade situada no Oeste de Santa Catarina; três crianças com menos de 2 anos, uma professora e uma funcionária da escola infantil morreram

(crédito: Jornal Record)

As vítimas do ataque que aconteceu nesta terça-feira (4/5), na cidade de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, na escola infantil Pró-Infância Aquarela, tiveram, ao menos, cinco perfurações pelo corpo causadas por um facão, arma utilizada pelo jovem de 18 anos. Informação foi divulgada em coletiva de imprensa no fim desta tarde, que contou com a presença da governadora Daniela Reinehr e representantes das forças de Segurança Pública.

O representante do Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina salientou que os laudos cadavéricos ainda serão finalizados. Mas, que num exame rápido, pode perceber que as três crianças vítimas da tragédia foram as que mais apresentaram ferimentos. Uma delas, segundo ele, chegou a ter cinco perfurações nas costas, outras três na cabeça e uma no tórax. Outro bebê apresenta três cortes no abdômen, dois no tórax e mais dois nas costas. E a terceira criança, morreu ao receber duas facadas nas costas, uma no glúteo, duas no tórax e uma na lateral do abdômen. Todas tinham menos de dois anos.

A professora Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos,também uma das vítimas da tragédia, recebeu dois golpes na perna direita, um na perna esquerda, quatro golpes nas costas e um no braço esquerdo. A agente educacional da escola, de 20 anos, que também morreu, apresentava dois ferimentos no abdômen. Além disso, um bebê segue internado no hospital de Chapecó em estado gravíssimo.

Investigação

O delegado da Polícia Civil responsável pela investigação do caso, Jerônimo Marçal Ferreira, contou que a apuração seguirá na linha de tentar entender a real motivação do autor ao entrar com duas armas brancas na escola infantil e desferir golpes contra cinco pessoas. Informações preliminares indicam que o adolescente enfrenta problemas psicológicos causados pelo bullying.

“A gente vai tentar traçar um fio um pouco mais completo do autor dessa barbaridade. Ele é um rapaz problemático. Ele vinha enfrentando, segundo relato de pessoas próximas, bullying na escola, ele vinha maltratando alguns animais e é muito introspectivo […] Por causa desse bullying, segundo familiares, ele não queria mais ir para escola […] Quietão, não tinha celular, não tem namorada e estava se afastando dos poucos amigos nos últimos dias”, detalhou o investigador.

O estudante está no ensino médio e vem de família humilde. Ainda segundo o delegado, foi encontrado R$ 11 mil em espécie que o jovem guardava dentro de casa. Conforme relatado pela família ao agente, o adolescente trabalhava numa empresa da cidade e, por não sair muito, acabava por guardar o dinheiro.

Ainda no local do crime, o autor recebeu atendimento pelo Corpo de Bombeiros e foi encaminhado ao hospital de Chapecó. Ele teria tentado cortar o próprio pescoço com o facão que usou para matar as vítimas. O jovem foi submetido a uma cirurgia no fim da tarde, mas não corre risco de morte. Os pais e a irmã do autor foram interrogados ainda na casa da família.

“Ninguém fazia ideia de que ele pretendia fazer isso. A gente vai tentar entender a motivação disso para tentar prevenir, quanto sociedade, casos futuros”, observa Ferreira.

Compra das armas brancas

O estudante entrou na escola armado com duas armas brancas, uma menor e outra maior, de acordo com o delegado. Ambas compradas recentemente. Contudo, o assassino haveria usado apenas a faca maior para cometer os crimes.

Ainda não há informações acerca da participação de outras pessoas no assassinato. Se há cúmplices ou se o jovem teria dito para alguém o que iria fazer. O computador do estudante foi apreendido e passará por perícia assim que possível.

Apoio

Durante a coletiva, foi divulgado que 25 psicólogos estarão disponíveis para acompanhar as famílias das vítimas. “Eu acredito que toda a comunidade esteja passando por um momento difícil”, diz a governadora, que decretou luto oficial de três dias no estado.

O delegado ressaltou, ainda, a bravura das professoras ao proteger as crianças que estavam na escola. “Queria deixar registrado a bravura das professoras que se trancaram dentro das salas com as crianças. Ele tentou entrar em todas as salas e não conseguiu. Essas mulheres hoje foram muito guerreiras”, contou ele.

Liberação dos corpos

Os corpos das três crianças, da professora e da funcionária da escola estão no necrotério do Hospital regional do Oeste, em Chapecó, e devem ser liberados ainda nesta terça, por volta das 22 horas.

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