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Queda do dólar alivia um pouco o custo de vida neste fim de ano

Moeda norte-americana encerrou os negócios ontem cotada a R$ 5,12, o menor patamar desde julho

(crédito: Divulgação/Governo Federal)

A recente queda do dólar terá papel importante para levar a inflação novamente para abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco do Central, acreditam especialistas. Ontem a moeda norte-americana encerrou os negócios cotada a R$ 5,12, o menor patamar desde julho. Em parte do dia, a divisa chegou a ser vendida a R$ 5,06, graças ao forte fluxo de recursos estrangeiros que tem migrado para países emergentes, entre eles, o Brasil. Em novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontou alta de 0,89%, cravando 4,31% em 12 meses, acima da meta oficial de 4%.

Segundo o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, a retração dos preços do dólar frente ao real tem sido observada há semanas e não é uma exclusividade do Brasil. “Estamos falando de um movimento global. Moedas emergentes e também de países desenvolvidos têm se valorizado frente a moeda norte-americana”, afirmou. Para a inflação, isso é ótimo, pois todos os produtos com cotação internacional ficam mais baratos. Foi justamente a arrancada do dólar em meio a pandemia do novo coronavírus um dos motivos para a disparada do IPCA.

Além do movimento externo, Chermont ressaltou que também a melhora nas notícias fiscais do governo e o “sumiço” de falas sobre um novo programa de renda ou um furo no teto de gastos para acomodar despesas extras ajudaram a tirar pressão sobre o dólar. Ele citou, ainda, o fim das incertezas em relação à eleição presidencial dos Estados Unidos, vencida por Joe Biden, e o horizonte promissor de vacinas contra o novo coronavírus para a recuperação do real.

Para Chermont, diante da alta do dólar durante a pandemia, era natural que vários produtos ficassem mais caros, especialmente os importados. Ele lembrou que, mesmo aqueles que têm produção nacional, dependem de insumos vindos do exterior, por isso, também subiram. No caso dos alimentos, os produtores brasileiros optaram por exportar as mercadorias e aproveitar os ganhos maiores com a moeda norte-americana. “O dólar mais caro incentiva às exportações. Isso aconteceu com o arroz. No país, oferta e demanda são muito próximas, e nós consumimos quase tudo o que se produz aqui. Quando o câmbio está pressionado, o produtor quer exportar”, explicou.

A tendência de valorização do real só deve se manter, na avaliação de Chermont, caso o país seja capaz de demonstrar austeridade fiscal e for capaz de colocar em pauta uma agenda de reformas, além de aprovar a autonomia do Banco Central. “Se mostrar que não vai ter tentativa de dribles do teto de gastos, se tivermos um ambiente mais reformista e a autonomia do Banco Central e os obstáculos para a alocação de capital forem superados, como tem ocorrido com o Pix, que tem facilitado a vida de muita gente e é uma revolução nas transações financeiras, aí o real vai se fortalecer”, frisou.

Menor taxa em Brasília

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que Brasília registrou a menor taxa de inflação do país em novembro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu apenas 0,35%, menos da metade do índice nacional, que foi de 0,89%. Segundo o IBGE, a inflação de Brasília foi influenciada, principalmente, pela queda nos preços da gasolina, de 0,68%, e do aluguel residencial, de 0,63%. A perspectiva, porém, é de que esse comportamento seja diferente em dezembro, diante dos recentes reajustes da gasolina. Na ponta contrária, informa o IBGE, Goiânia teve a maior inflação do país. O indicador na capital apresentou alta de 1,41%, devido aos reajustes das carnes, que ficaram 9,11% mais caras, e da energia elétrica, cujas contas saltaram 3,69%.

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