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Por que você deveria começar a aprender a programar neste instante

Demanda por profissionais de tecnologia deve crescer no Brasil nos próximos anos. Saber programar, principalmente na linguagem Python, será um diferencial

Participantes da conferência de desenvolvedores Google I/O, em 2017: aprender programação pode abrir muitas portas no mercado de trabalho (Michael Short/Bloomberg/Getty Images)

Entre 2019 e 2014, segundo estimativas da Brasscom, a demanda média das empresas por programadores deve ser de 70.000 profissionais por ano. Considerando são realizadas cerca de 26.000 contratações por ano, o déficit do mercado ao final deste período de seis anos será de 264.000 vagas não preenchidas. Os números não deixam dúvida: é preciso aprender programação.

Programar é mais do que criar um software de computador ou um aplicativo que vai se tornar uma sensação do mercado de tecnologia. Exemplos não faltam, como plataformas como Spotify, Netflix, aplicativos como Instagram, TikTok e Facebook, entre tantos outros serviços que hoje valem bilhões de dólares.

A programação está presente no dia a dia dos usuários de diversas formas, principalmente quando o assunto é otimizar o tempo para a realização de alguma tarefa. Em vez de preencher ou executar planilhas inteiras de dados, é possível ordenar que seu próprio computador faça isso. Para isso, porém, é preciso saber como dar uma ordem exata para sua máquina.

Uma reportagem recente publicada na edição impressa da EXAME sobre a caça das empresas aos desenvolvedores mostrou a falta de bons profissionais na área de programação e de desenvolvimento de sistemas. A guerra para contratar este profissional fez com que os salários disparassem. Nos Estados Unidos, a remuneração média de um desenvolvedor gira em torno de 109.000 dólares por ano.

Um estudo realizado pela consultoria McKinsey & Company aponta que o Brasil é um dos mercados com a maior defasagem de profissionais de tecnologia do planeta. São apenas milhões de trabalhadores das áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, o que corresponde a cerca de 1% da população brasileira.

Para efeito de comparação, a Espanha tem praticamente a mesma quantidade de profissionais nesta área, mas com uma população bem menor, o que faz com que o percentual seja de 4,2%. No Reino Unido, força de trabalho de 2,2 milhões, 3,4% do total. Na América do Norte são 15,7 milhões de trabalhadores nessas áreas, o que representa 4,8% da população continental.

Python é a linguagem do momento

Faça uma busca por vagas de emprego na área de programação em gigantes da tecnologia como Facebook, Google, Amazon, Netflix, entre outras. Entre os requisitos para preencher as vagas, o domínio da linguagem de programação Python se faz presente na maioria das vezes. Há um motivo para isso: trata-se de uma forma de programar de alto nível e extremamente versátil.

Desenvolvida pelo matemático holandês Guido van Rossum, a linguagem de programação Python pode abrir muitas portas no mercado de trabalho, principalmente aquelas de companhas que investem em novas tecnologias, como inteligência artificial e machine learning. Isso porque todas essas tecnologias estão ligadas com o que é chamado de ciência de dados.

São mais de 125.000 bibliotecas Python disponíveis para serem utilizadas por programadores do mundo inteiro. Tais bibliotecas permitem o desenvolvimento de novos códigos de algoritmo, que por sua vez, são o DNA de um programa ou aplicativo. Seja de um serviço simples ou de um software mais complexo e que é usado profissionalmente.

A questão da versatilidade da linguagem Python está relacionada à possibilidade de programar com este tipo de código em diferentes sistemas operacionais, como Windows, MacOs, Linux, entre outros. Mesmo que um software não tenha suporte nativo a todos os sistemas operacionais, é possível incorporar a tecnologia realizando com a instalação de alguns programas específicos.

Outra vantagem é sua facilidade de ser aprendido por quem está começando sua jornada no campo da programação. “O Python é uma linguagem extremamente intuitiva. É possível saber o que está acontecendo naquele código mesmo sem entender de programação”, diz Rychard Guedes, cientista de dados, professor da escola de programação Let’s Code e coordenador do curso Introdução a Data Science e Python, oferecido pela EXAME Academy.

É claro que isso não significa que o aprendizado seja algo que possa ser feito em poucos dias. Trata-se de uma linguagem, como outra qualquer. “É preciso pensar em como o computador vai entender o que você está escrevendo. É preciso um pensamento lógico e sequencial”, diz Guedes.

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