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Mister Hyde : máfia das próteses no DF envolve médicos e empresários

A Polícia Civil do DF e o Ministério Público deflagram operação na capital federal para desarticular uma quadrilha de fraudes na saúde

Carro da Polícia Civil em frente ao hospital Home, na Asa Sul, durante operação nesta quinta-feira (1º) (Foto: Elielton Lopes/G1)
Carro da Polícia Civil em frente ao hospital Home, na Asa Sul, durante operação nesta quinta-feira (1º) (Foto: Elielton Lopes/G1)

 

A organização criminosa alvo de uma grande operação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil agia na capital federal com a participação de médicos e de empresários do ramo de prótese, um diretor de hospital, além de funcionários. De acordo com a investigação da Operação Mister Hyde, há indícios de superfaturamento de equipamentos, troca fraudulenta de próteses e até mesmo a realização de cirurgias desnecessárias em pacientes com o uso de material vencido nos procedimentos.

A Polícia Civil afirma que ao menos 60 pacientes foram lesados em 2016 por uma das empresas investigadas. O esquema criminoso movimenta milhões de reais em cirurgias, equipamentos e propinas.
Os crimes teriam sido praticados nas esferas pública e privada da Saúde. Segundo a investigação, um dos alvos é coordenador de uma área da Secretaria de Saúde. A apuração da Mister Hyde evidencia casos em que cirurgias eram sabotadas pelos médicos para que o paciente necessitasse novos procedimentos, o que geraria lucro para o esquema. Além de utilizarem produtos vencidos, os envolvidos também trocavam produtos mais caros por outros de menor custo.

Ainda segundo a Polícia Civil, o esquema movimenta milhões de reais em cirurgias, equipamentos e propinas. Durante as buscas, R$ 51 mil foram encontrados na casa de um dos médicos, outros R$ 100 mil na casa de outro alvo além de US$ 90 mil dólares e euros. Em outra residência no Sudoeste, foram apreendidos aproximadamente R$ 69 mil, grande documentação de clientes e um cofre que o autor se recusa a abrir.

 

Promotores de Justiça e policiais civis estão nas ruas hoje para cumprir 12 mandados de prisão, sendo sete temporárias e cinco preventivas, 21 mandados de busca e apreensão e quatro conduções coercitivas, quando a pessoa é levada para depor. Entre os presos estão dois sócios de uma empresa especializada em próteses. Uma condução coercitiva é contra um diretor do Hospital Home.
As ações desta manhã mobilizam 240 policiais civis, entre delegados e agentes. A Mister Hyde ocorre com o acompanhamento de membros do Ministério Público, entre eles 21 promotores, 21 agentes de segurança do MP.

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