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Jovens protestam em Glasgow para pedir mais ações contra a mudança climática

Os primeiros grupos começaram a se reunir, com músicas, cartazes e fantasias, a poucos quilômetros da sede da conferência

(crédito: ANDY BUCHANAN / AFP)

Milhares de jovens protestam nesta sexta-feira (5) nas ruas da cidade escocesa de Glasgow para pedir ações, e menos palavras, aos governos que estão negociando na COP26 as medidas contra a mudança climática, após quase uma semana de grandes discursos.

Os primeiros grupos começaram a se reunir, com músicas, cartazes e fantasias, a poucos quilômetros da sede da conferência.

“Mais uma vez, vemos os líderes mundiais fazendo declarações e grandes promessas”, declarou Mitzi Jonelle Tan, ativista da Filipinas.

“Precisamos de cortes de emissões drásticos, indenizações do Norte para o Sul (…) e temos que acabar com a indústria dos combustíveis fósseis”, completou.

“Espero que este dia faça a diferença”, afirmou Zara, de apenas nove anos, ao lado da mãe.

As “Sextas-Feiras para o Futuro” foi uma ideia apresentada há mais de três anos pela ativista sueca Greta Thunberg, presente em Glasgow esta semana.

Um pequeno protesto simbólico diante do Parlamento sueco se transformou em um movimento mundial, que atrai milhares de seguidores, e que tem como grande ponto de encontro as conferências do clima da ONU.

“Manifestações como esta pressionam as pessoas que têm o poder”, afirmou a ativista ugandesa Vanessa Nakate, uma das estrelas da geração de ativistas.

A mensagem de Greta e Vanessa é seguida por jovens em muitos países e vários deles estão em Glasgow.

A epidemia de covid-19 interrompeu as manifestações semanais, mas nas últimas semanas voltaram a ganhar força.

“Esta não é mais uma conferência do clima. Este é um festival de ‘greenwashing’ do Norte Global. Uma celebração de duas semanas de negócios como de costume e blá, blá, blá”, denunciou Thunberg no Twitter antes da manifestação.

A conferência do clima da ONU em Glasgow não é apenas um grande encontro de negociações com delegados de quase 200 países, e sim uma plataforma para debates sobre tecnologia, ideias e projetos, que estão sendo aplicados ou exigem anos de pesquisa, na luta contra a mudança climática.

A presidência britânica da COP26 organizou cada dia das duas semanas de evento como jornadas temáticas.

Dentro do centro de exposições onde se reúnem milhares de delegados, esta sexta-feira também será o dia da juventude, com atividades e debates para o grupo.

No sábado está prevista outra grande mobilização mundial, em Glasgow e em outras cidades.

As mensagens alarmantes sobre a saúde do planeta preocupam os adolescentes, alertam especialistas. Um fenômeno que aumentou com a pandemia covid-19.

A ONU publicou em outubro uma grande pesquisa com os países do G20, ou seja, as 20 principais economias do planeta, da qual participaram mais de 300.000 jovens menores de 18 anos.

Enquanto para 65% dos adultos as mudanças climáticas são uma grande urgência, no caso dos menores de 18 anos o percentual sobe para 70%.

E também em outubro aconteceu um evento de preparação para a COP26 em Milão (Itália), dedicado a ouvir as preocupações dos jovens.

O ministro do Meio Ambiente italiano, Roberto Cingolani, e o presidente da COP, o secretário de Estado britânico Alok Sharma, prometeram que apresentariam em Glasgow o manifesto adotado por 400 adolescentes.

O documento de 50 páginas inclui proposta para a transição energética, financiamento ou participação cidadã.

O Acordo de Paris de 2015, que a COP26 deve agora reforçar e desenvolver, tem como objetivo comum impedir que o aquecimento do planeta supere 2ºC. De modo ideal, a temperatura não deve subir mais que 1,5°C.

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