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Ibovespa sobe 2,8% e tem 5ª alta seguida, com vacina; dólar despenca

Eleições americanas e otimismo sobre vacina contra coronavírus impulsionam bolsas, após Pfizer apresentar resultados preliminares da última fase de testes

Bolsa: índices de ações chegam a disparar mais de 8% no exterior (Jesada Wongsa/Getty Images)

A euforia toma as mesas de negociação do mercado financeiro mundial nesta segunda-feira, 9, após o último resultado da potencial vacina da Pfizer contra o coronavírus e eleição de Joe Biden nos Estados Unidos. No mercado brasileiro, o clima não é outro, com o dólar despencando mais de 2% e a bolsa disparando. Às 14h09, o Ibovespa subia 2,88% para 103.832 pontos, depois de ter avançado 4,18% na máxima do dia, indo para 105.146 pontos, no maior patamar intradiário desde 29 de julho, quando tocou os 105.703 pontos. Essa é a quinta alta consecutiva do índice, que acumula no período ganhos de mais de 10%.

Já o dólar recuava 0,28% e era vendido a 5,378 reais, depois de ter operado, na mínima, a 5,226 reais, enquanto os contratos de juros futuros com vencimentos mais longos, em 2026, 2027 e 2029, tombavam mais de 14 pontos percentuais. O contrato com vencimento em 2022 registrava queda de 9 p.p. neste momento.

Em sua primeira análise sobre a última fase de testes, a Pfizer informou que sua vacina teve eficácia de 90% após a segunda dose. Os testes foram feitos com 43.538 voluntários. O pedido de aprovação emergencial da vacina deve ser solicitado à agência reguladora dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) ainda neste mês.

Logo após a divulgação dos resultados preliminares, os principais índices de ações do mundo entraram em forte alta. Na Europa, o índice espanhol IBEX 35 chegou a subir mais de 8%, enquanto o índice Dow Jones, dos Estados Unidos, sobe 4,37%.

Nas bolsas mundo a fora, ações de empresas que dependem mais do fim da pandemia para a normalização dos negócios, como companhias aéreas e varejistas de comércio físico disparam. Na Alemanha, os papéis da Lufthansa disparam 20% e os da Air France, na França, 23%.

No Brasil, as ações das aéreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) avançam 15,21% e 12,23%, respectivamente, figurando como a primeira e terceira maior valorização do Ibovespa hoje. A agência de turismo CVC Brasil (CVCB3) também tem alta de 9,36%. Na segunda maior colocação do índice, aparecem os papéis da Lojas Renner (LREN3), com alta de 13,84%.

A expectativa de que a vacina ajude a normalizar o consumo global também impulsiona o preço do barril de petróleo, que dispara cerca de 10% no mercado internacional de futuros. A alta puxa para cima as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), que sobem mais de 8% e ajudam a impulsionar o Ibovespa. Em pontos, os papéis da estatal apareciam como as maiores contribuições para o desempenho do índice hoje, assim como os grandes bancos, que vinham com desempenho fraco no ano, mas apresentam na sessão forte valorização. Os papéis do Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) subiam em torno de 7%.

A euforia dos investidores também é observada no mercado de câmbio, onde o dólar perde valor contra todas as principais moedas emergentes. A lira turca, que vinha sofrendo por problemas internos, é a que mais se valoriza, disparando mais de 3%.

Nesse cenário, o índice Nasdaq é o que apresenta a menor valorização, com modesta alta de 0,2% devido à sua grande concentração do setor de tecnologia. “As empresas de tecnologia se beneficiaram muito com o coronavírus. Teve mais home office, as pessoas acabaram consumindo mais esses produtos. Agora, com a vacina, elas perdem um pouco de força”, afirma Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

Segundo Laatus, os investidores devem sair dessas ações e migrar para papéis da economia tradicional, como de bancos e companhias áreas. “Todas essas empresas estão descontadas, foram muito machucadas pelo coronavírus.”

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