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Exclusão do ensino de ideologia de gêneros gera polêmica em Piraju

Item estava no Plano de Educação enviado à Câmara, mas foi vetado. Diretora Municipal de Ensino fala em “dano futuro” às crianças.

O Plano Municipal de Educação de Piraju (SP) deve ser enviado ao governo federal até esta quinta-feira (25). Mas um dos itens, sobre o ensino da ideologia de gêneros, causou polêmica e divide opiniões no município. A proposta estava incluída no processo feito pelo Executivo e enviado à Câmara, mas foi retirada por nove votos de vereadores contra um. O único parlamentar contra o projeto foi Vinícius Garcia (PV), segundo a Câmara.
Vereador foi contra inclusão de ensino sobre ideologia de gêneros (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Vereador foi contra inclusão de ensino sobre
ideologia de gêneros (Foto: Reprodução/ TV TEM)

O ensino de ideologia de gênero abordaria com crianças temas como sexualidade e homossexualidade. O objetivo era desenvolver o senso crítico entre os alunos. Mas para o autor do projeto que retirou o item do plano, o vereador José Eduardo Pózza (PTB), os temas não devem ser discutidos em sala.

“Vemos muitas crianças hoje tendo acesso às informações, não precisa ser na escola. Então através da internet eles podem obter essas informações. É preocupante, porque às vezes chegam informações erradas. Mas, no momento, entendo que nas escolas, principalmente de Piraju, não haja necessidade”, afirma.

A diretora municipal de Educação, Maria Helena de Oliveira Soares, discorda da ideia. Ela diz que a ação foi precipitada, já que, segundo ela, faltou diálogo sobre os temas, que são apresentados aos estudantes, desde o início do ano.

Soares considera o assunto importante no desenvolvimento das crianças para que sejam conscientes e respeitem todos os cidadãos. “Deve-se ter muito cuidado ao retirar um tópico assim. O dano que pode causar futuramente é outro. Acho que deve se pensar muito bem, sentar e conversar. Ninguém quer impor nada na cabeça das crianças, como uma imposição”, salienta.

O assunto também dividiu opiniões entre os moradores do município. Enquanto alguns defenderam que o tema tem que ser tratado em sala de aula, outros foram contrários ao item.

“Que confusão colocar isso na cabeça das crianças, sendo que eles não vão saber se serão homens, mulheres ou nada, seria um desastre para a humanidade”, defende a representante de instituto Dalva Ferreira.

“Acho que essa porta fechada pela Câmara deveria ser reaberta de alguma outra forma, encontrando outros termos para que a diversidade sexual e a sexualidade não fiquem de fora da agenda escolar, sala de aula, e que as crianças levem isso para às famílias e livrem a sociedade de pessoas preconceituosas”, defende o repórter Diego dos Reis.

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