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Em 5 meses, 773 pessoas foram presas acusadas de vender drogas no DF

Atraídos pelo alto poder aquisitivo dos consumidores do Plano Piloto, Brasília passou a ser visada por quadrilhas

Operação Sombra: R$ 14 mil, centenas de comprimidos, maconha e frascos de lança-perfume. (foto: Polícia Civil/Divulgação)

De janeiro a maio deste ano, as forças de segurança do Distrito Federal levaram às delegacias, 733 suspeitos, entre adolescentes e adultos, por tráfico de drogas.  Apenas no último mês, 148 pessoas foram presas.  Especialistas e policiais afirmam que a capital se tornou destino de traficantes, atraídos pelo alto poder aquisitivo dos consumidores do Plano Piloto

Nas delegacias de todas as regiões administrativa há ocorrências desse tipo e não há distinção de poder aquisitivo tanto dos presos quanto dos consumidores.  Nos últimos dois meses, a Polícia Civil realizou, no mínimo, seis operações contra o tráfico, que resultaram na prisão de 43 pessoas. A mais recente, deflagrada na quarta-feira, terminou com seis detidos.
A ação policial, batizada de Sombra, desarticulou um grupo que vendia entorpecentes em São Sebastião. Com os criminosos, os policiais encontraram dois quilos de maconha, 12 tubos de lança-perfume, centenas de comprimidos de êxtase, skunk, haxixe, MDMA e em torno de R$ 14 mil. Os agentes ainda apreenderam uma espingarda calibre 12, diversas munições e duas balanças de precisão.
Em 2 junho, apenas em uma operação, os investigadores da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) prenderam 17 traficantes em 11 regiões administrativas. Os criminosos, com idades entre 18 e 23 anos, comercializavam os entorpecentes por redes sociais, como Facebook, Instagram e WahsApp. Mesmo não tendo ligação com o grupo de São Sebastião, eles atuavam de forma semelhante para a distribuir as drogas, faziam as entregas em domicílio ou solicitavam que os clientes fossem até a residência deles.

Pequeno porte

Essa foi a segunda fase da Operação Theya, que mira vendedores de drogas considerados de pequeno porte. De acordo com a apuração policial, os vendedores eram jovens e, na maioria, sem emprego. Eles compravam os entorpecentes para uso próprio e vendiam uma parte para obter lucro. Durante a ação, os agentes apreenderam diversas drogas, inclusive algumas consideradas sofisticadas, como skank afegão, raxixe paquistanês, maconha colombiana e híbrida. Até ampolas com o extrato da flor da maconha foi encontrado na casa de um dos suspeitos.
Em outra operação, deflagrada em 24 de maio, os policiais desarticularam a atuação de traficantes dentro e fora de escolas públicas de Ceilândia Sul. Ao menos oito pessoas foram presas e conduzidas à 23ª Delegacia de Polícia (P Sul). De acordo com a investigação, os traficantes aliciavam estudantes para vender os entorpecentes. Em troca, eles viravam padrinhos dos alunos e prometiam fazer a segurança deles. A ação, denominada 2° turno, resultou na apreensão de 10 quilos de maconha e R$ 3 mil.
O sociólogo e especialista em segurança pública da Universidade de Brasília, Antônio Flávio Testa afirma que diversos fatores contribuem para o aumento dos índices na capital. Ele destaca que desde a década de 1970 a sociedade brasiliense é consumista. Isso reflete na procura por drogas. “Também tivemos o desenvolvimento da indústria rodoviária brasileira, que facilitou o tráfico. Brasília e as cidades do Entorno fazem parte do coração logístico do Brasil. Esses fatores favorecem a escoação dos produtos para a região”, explica.
O estudioso também destaca que o trabalho da Polícia Civil da capital é um dos melhores do país. Por isso, as estatísticas de repressão passaram a subir. Testa afirma que a legislação brasileira contribui para o aumento do tráfico. Segundo ele, as penas são leves e recursos jurídicos que auxiliam na defesa dos criminosos.
O  porta-voz da Polícia Militar, major Michello Bueno destaca que na capital a procura por drogas é grande, mas que, na maioria dos casos, traficantes, considerados de pequeno porte, são presos. “Diferente de Goiás, no DF é raro termos apreensões de toneladas. Aqui não é uma rota, mas um ponto de destino”, comenta. Ele destaca que as prisões costumam ser feitas em locais como a Rodoviária do Plano Piloto. “Nossas maiores apreensões são de maconha, crack e cocaína”, informa.

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Pessoas, entre adultos e adolescentes, presos por tráfico de drogas apenas em maio

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