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Corpos com mais de 2.000 anos intrigam arqueólogos na Dinamarca

Os restos mortais são encontrados dentro de pântanos na região, e seu estado de conservação faz com que sejam confundidos com vítimas de crimes recentres

Corpos com mais de 2.000 anos de idade e em ótimo estado de conservação encontrados em pântanos da Dinamarca intrigam os arqueólogos. As informações são da BBC. Arqueólogos acreditam que tratam-se de sacrifícios feitos em rituais religiosos. Quase todas as pessoas foram vítimas de morte violenta, por enforcamento ou cortes na garganta, por exemplo, antes de serem jogadas nos pântanos.

A composição química dos pântanos, comuns na Dinamarca e em outras regiões os norte europeu, como Polônia e Irlanda, seria a responsável por evitar a degradação dos corpos mesmo após tanto tempo. O ambiente contém ácidos produzidos pelos musgos existentes no ecossistema. Um dos efeitos desse ambiente é tornar os cabelos e a pele avermelhados, resultado de um processo químico conhecido como reação de Maillard.

Uma das descobertas, feita em 1950, ostenta detalhes como vestígios de barba. O chamado Homem de Tollund foi encontrado por dois irmãos enquanto escavavam com a família nos arredores da cidade de Silkeborg em busca de turfa – matéria vegetal, de cor escura, que seria usada como combustível. As análises feitas por arqueólogos indicam que o Homem de Tollund morreu há cerca de 2.400 anos, quando tinha cerca de 40 anos de idade.

O estado de conservação dos corpos é tão impressionante que despertam a suspeita de serem vítimas de crimes recentes ao serem encontrados. No caso do Homem de Tollund, atualmente em exposição no Museu de Silkeborg, os dois irmãos chamaram a polícia após sua descoberta. Havia uma corda de couro ao redor do seu pescoço, provavelmente sinal de um enforcamento.

O museu Moesgaard, na cidade de Aarhus, tem no seu acervo, além de corpos humanos, restos mortais de 13 cães que também teriam sido sacrificados. Os corpos dos animais datam o ano de 250 antes de cristo e foram encontrados num pântano perto da cidade.

A falta de escritos em idioma local da Idade do Ferro (iniciado por volta de 1.200 antes de Cristo) na região é um obstáculo para a compreensão mais aprofundada do que se passou com os corpos achados nos pântanos antes de eles serem depositados lá.

Os detalhes do chamado Homem de Grabaulle, achado em 1952, dá indícios de como os rituais se passavam. “Ele foi forçado a se ajoelhar, e sua garganta foi cortada de orelha a orelha por alguém de pé por trás dele. Mas ele foi colocado com delicadeza no pântano. Pode parecer violento para nós, mas sacrifícios eram uma parte importante da vida cultural desse período”, disse a diretora de exibições do museu, Pauline Asingh, à BBC.

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