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Bolsonaro quer colocar gringo no coração do Itamaraty

Ideia é mudar as regras da diplomacia para permitir que executivo ligado a Steve Bannon assuma cargo na diplomacia brasileira — e a soberania nacional?

SUBMISSÃO - Ministro Araújo: Trump como “salvador da civilização ocidental” Aloisio Mauricio/Fotoarena

Acabou passando batido no turbulento noticiário político do governo Jair Bolsonaro, mas deve ser inédito na história do país que um presidente da República aceite a ideia de nomear para o coração da diplomacia brasileira um quadro estrangeiro.

Pois é o que Bolsonaro, com os animados conselhos do chanceler blogueiro Ernesto Araújo, planeja fazer no Itamaraty.

O plano dos gênios da equipe de Araújo é nomear o executivo americano Gerald Brant, muito próximo de Steve Bannon, para um cargo na cúpula do órgão. Onde estão os militares do Planalto que falam tanto em soberania nacional?

Já estaria preparado um local para Brant no ministério, na assessoria de comunicação do Itamaraty.

Em nota, a Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros – ADB/Sindical -,, que representa 1.600 diplomatas, afirma que recebeu com preocupação a edição do decreto que abre possibilidade de nomeação para postos de assessores de pessoas alheias ao Serviço Exterior Brasileiro.

A entidade rechaça a publicação de um decreto nesse sentido e lembrou que, em seu discurso de posse, Ernesto Araújo afirmou que  “não precisamos e não vamos abrir os quadros do Itamaraty para pessoas de fora da carreira”.

Para a associação, a hora não é para abrir a estranhas à Casa.

“Qualquer expertise nas áreas meio não disponível dentro do Itamaraty pode perfeitamente ser suprida por consultores contratados para tarefas pontuais, como já ocorreu no passado.  Nas atividades fins, existe assessoria de excelência entre os diplomatas.  A hora não é de desmotivar os diplomatas, mas sim de promover a carreira que, ao longo dos últimos anos, perdeu não apenas verbas, mas espaços de atuação e prestígio”.

 

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