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Alemanha decreta lockdown parcial após casos de covid-19 dispararem

Governo federal consolidou acordo com líderes locais que prevê o fechamento de restaurantes, bares, cinemas e teatros

Alemanha: país enfrenta um crescimento maior que o esperado no número de casos de covid-19 (Sean Gallup/Getty Images)

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciou nesta quarta-feira, 28, uma série de medidas de restrição ao movimento de pessoas para conter o avanço do novo coronavírus. O governo federal consolidou acordo com líderes locais que prevê o fechamento de restaurantes, bares, cinemas e teatros pelas próximas quatro semanas. Lojas e escolas, contudo, permanecerão abertas. O mundo está mais complexo, mas dá para começar com o básico. Veja como, no Manual do Investidor.

“Precisamos agir, e agora, para evitar uma emergência de saúde nacional aguda”, afirmou Merkel, horas depois de o país informar que teve quase 15.000 casos de covid-19 entre ontem e hoje, o maior avanço diário desde o início da pandemia.

AAlemanha, que foi amplamente elogiada por manter sua taxa de infecção bem abaixo da de outros países na fase inicial da pandemia, agora enfrenta um crescimento maior que o esperado no número de casos, com o último dado oficial de terça mostrando 11.409 novos casos, para um total de 449.275.

Europa

O presidente da França, Emmanuel Macron — cujo governo evitou cuidadosamente discutir publicamente uma paralisação nacional devido ao recente aumento de casos de coronavírus —, cedeu na sexta-feira e reconheceu que o país poderia retomar restrições mais amplas de mobilidade.

Como outros líderes da região, Macron começa a ficar sem opções. Embora autoridades no continente tentem combater o avanço da pandemia, seus esforços para limitar a propagação do coronavírus com medidas mais suaves — desde o uso obrigatório de máscaras até toque de recolher parcial — não estão funcionando.

Para os líderes Giuseppe Conte, da Itália, e Angela Merkel, da Alemanha, existem grandes riscos políticos. Embora tenham sido elogiados pela forma como administraram a primeira onda, as críticas agora aumentam. A população está cansada, as divisões entre governos locais e nacionais se acumulam e, se um lockdown prolongado for a única resposta, serão culpados pela destruição das economias.

A nova onda de coronavírus parece diferente da primeira. O número de casos parece muito maior — a França divulgou recorde de novas infecções no domingo —, mas isso também reflete mais testes. Enquanto isso, o número de mortes — embora muito menor do que na primavera europeia — está aumentando, assim como o fluxo de pacientes que precisam de cuidados hospitalares.

Com os serviços de saúde gradualmente sob pressão, uma ferramenta contundente permanece: fechar a economia e emitir a ordem de ficar em casa.

“Os políticos têm decisões difíceis a tomar”, disse Jean-François Delfraissy, médico-chefe que aconselha o governo francês sobre a pandemia, em entrevista à rádio RTL na segunda-feira. “Esta segunda onda provavelmente será pior do que a primeira. Está se espalhando por toda a Europa.”

Cansados da pandemia

Depois do lockdown imposto na primavera, muitos europeus se opõem fortemente a um segundo. Manifestantes em cidades como Londres, Nápoles e Berlim marcharam no fim de semana contra a “tirania” da pandemia. Na Itália, algumas academias e cinemas disseram que não obedecerão às ordens de fechamento.

Na Espanha, exaustos após uma luta contra o coronavírus por mais de seis meses, vários médicos do serviço público iniciaram na terça-feira uma greve nacional, a primeira em 25 anos, para exigir mais reconhecimento.

Em um esforço para melhorar sua resposta diante da segunda onda, a União Europeia anunciou hoje que destinará 100 milhões de euros (cerca de 117 milhões de dólares) para a compra de testes rápidos de covid-19.

“Os testes rápidos estão chegando agora no mercado. Isso pode desempenhar um papel importante. De nossa parte, destinamos 100 milhões de euros para a compra de testes rápidos”, que serão distribuídos pelos países do bloco, disse a presidente da Comissão Europeia, Urusla von der Leyen.

O Irã, por sua vez, anunciou nesta quarta-feira 415 mortos pela covid-19 nas últimas 24 horas, o que representa um novo recorde no país mais afetado do Oriente Médio.

Paciência

Ao contrário da Europa, os comerciantes de Melbourne, sul da Austrália, sentiram um grande alívio nesta quarta-feira com a reabertura de lojas e restaurantes após mais de três meses de confinamento.

Na América Latina, onde o coronavírus atinge com força, a situação também é complicada em vários países, como a Argentina, que mergulhou em uma crise de grandes proporções.

O medo de morrer de covid-19 é tão grande que no México muitas pessoas foram pressionadas a fazer seu testamento.

Ao mesmo tempo, o planeta aguarda uma vacina e a corrida científica é intensa.

A Rússia pediu à Organização Mundial da Saúde (OMS) a “pré-qualificação” de sua vacina, com a promessa de que será “acessível a todos em um período mais curto que as convencionais”.

O laboratório Pfizer, que pretende solicitar autorização para uma vacina até o fim de novembro nos Estados Unidos, pediu na terça-feira “paciência”, depois de informar que os resultados esperados para esta semana ainda não estavam prontos.

Ao mesmo tempo, os laboratórios Sanofi e GSK anunciaram que disponibilizarão 200 milhões de doses de vacina ao programa internacional criado pela OMS para ajudar a garantir um acesso equitativo às futuras vacinas contra a covid-19.

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