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Agente é feita refém durante rebelião em centro socioeducativo de Formosa

A vítima foi feita refém no momento em que servia a refeição dos internos. Procurado, o diretor da unidade preferiu não comentar o assunto

Agente sofreu ferimentos por internos do Case Formosa
Agente sofreu ferimentos por internos do Case Formosa

 

Internos do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, atearam fogo em colchões e fizeram uma servidora de refém na noite dessa segunda-feira (21/8). O ato ocorreu no momento em que as refeições estavam sendo servidas nos alojamentos da unidade. Cerca de 80 menores participaram da rebelião. Hoje, a situação ainda é preocupante. Segundo Roberto Conte, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Socioeducativo do Estado de Goiás (Sindsse/GO), nesta manhã, agentes perderam o controla e já há adolescentes feridos. A Polícia Militar do Goiás deve invadir o local.

Desde a última sexta-feira (18/8), os adolescentes já demonstravam revolta e depredavam o local, de acordo com Maria da Conceição, 31, a mulher que esteve sob poder dos infratores de 19h30 até às 23h30 de ontem. Ao entregar a refeição em uma ala com 14 internos, ela foi surpreendida por um adolescente que conseguiu fugir e a segurou pelo pescoço de forma violenta.
Além de ameaças de morte, a servidora, que trabalha há cinco anos no Case Formosa, sofreu ferimentos na região do pescoço, braços e mãos.”Furaram minha mão e usaram um vergalhão de ferro e instrumentos cortantes para me assustar. Foram horas de pânico e estou com medo de voltar ao trabalho”, disse. Ela reclama que a direção não toma atitudes para que os servidores trabalhem com segurança.
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Novas regras

Roberto Conte, do Sindsse/GO, o motivo da rebelião são as novas regras impostas pela direção da unidade. Desde a semana passada, a direção exigiu a presença de ao menos um servidor – homem ou mulher – dentro da ala dos menores. Isso, segundo os internos, tira a privacidade e causa desconforto. Além disso, há uma nova escala de trabalho a ser cumprida pelos funcionários – 12h por 36h – o que, segundo o presidente, também tem estressado os menores. “Esse caso de Formosa não é pontual, é corriqueiro em Goiás. As unidades estão depredadas , as condições de trabalho são péssimas e há descaso das autoridades”, afirmou.

Depois de cerca de cinco horas de negociações entre os internos, Polícia Militar de Goiás (PMGO) e autoridades da Vara da Infância e Juventude do Estado de Goiás, a situação se acalmou, de acordo com Conte. A reportagem tentou contatar o diretor do Case Formosa que preferiu não comentar sobre o caso. O Grupo Executivo de Apoio a Crianças e Adolescentes (Gecria – GO), que responde pela Unidade, ainda não se posicionou sobre a rebelião, assim como a PMGO.

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